sábado, 23 de janeiro de 2010

o Haiti é aqui!

(...) ele espera algo que seja plausível na tv: nada.
nada em tristezas: grita num lamento.
tudo escurece.
tudo estremece no seu lamento banguelo advindo de seus lábios carnudos engessados pelos escombros dos "tou-nem-aí!"
lamento no interior:
-ais de mim! ais de mim!
acorda do lamento. ouve gritos:
-ai de ti!-A-I -Ti, tudo bem aí?
-ai de mim, que ainda tou aqui, sob os escombros dos "tou nem aí", quero sair!(grita sob os escombros)
tudo escurece.
sente a boca manchada de sonhos : sonhara que seu 'menino" chegara numa casa habitada por estranhos: não entrara na casa. seu instinto o advertia não ser boa idéia. porém, algo, ali, o atraia. o desejo de ser tocado pelo brilho amarelo que irradiava em tudo era maior que seu medo.bate na porta, hesitante. ouve:
- A-I-Ti, quem é?
responde que alguém o dissera que também podia estar ali.uma voz de dentro, responde:-a boca impulsiva que te disse, ja saiu daqui. saíra instantes antes, de ti, aqui. fizera um solilóquio, que já é retórico e saíra daqui!
sob os escombros, tudo se enruidece :
-A-I-TI, tudo bem aí? (...)

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

um elmo

poder invisível.
poder da morte, " eis uma consumação ardentemente desejável".
- uma partida linda, plena e menos amarga que uma vida!
vociferou o "menino" ( na minha imaginação psicofisiológica), retirando o elmo da cabeça. desfigurou-se o pensamento.
findou o que antes achava indelével o que nos unia : a ambiguidade.
a dele ou a minha?"Ser Ou não Ser", eis a questão!"

acessa: http://www.umelmo.blogspot.com

domingo, 17 de janeiro de 2010

na bubuia ( linha de pesca; rente à superfície)

no chevrolet, uma onda de fumaça que nos arrebata. é o epicentro!
ba-boom, já é!
Jah...
embebidos de chuva que cai como cachaça garganta adentro de mim e que liberta o susto... é apenas vontade de sair de mim e ta com o outro em paz com o coletivo. saí com uma alma branca infestada de ladainha: suamos! nao no chevrolet, mas na cantoria do samba até de manhãzinha.
evoé!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

a ignorância

exausto com o corpo queimando ainda do sol, a meia noite. minha nau descança, após algum tempo, do seu périplo.
as ninfas me saúdam.
sou Ulisses.
Retorno!
desejo 'levantar velas" imediatamente!
( permaneço, ainda que impermanente).
reencontro tudo que me traduzia numa época passada - agora não diz nada quem sou no regresso a minha ìtaca. o menino o qual reencontrei estava triste, de semblante pálido e uma incerteza no olhar revestida de impáfia. ele parecia mais baixo. mas como, se tenho mais primaveras que ele? seus ombros estavam tensos e o quadril mais estreito. suamos muito numa tarde dessas. o sol pôde observar - falamo-nos com tato, como que auscultando a mais sutil inflexão de nossas vozes. ele nina o tempo, e eu também, ainda que em perspectivas distintas... levanto velas; as ninfas entoam um canto de lamento!
retorno ao périplo. navego sobre corais que têm forma humana.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dois de um mestre só.

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "

caio fernando abreu



"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"

caio fernando abreu