terça-feira, 12 de janeiro de 2010

a ignorância

exausto com o corpo queimando ainda do sol, a meia noite. minha nau descança, após algum tempo, do seu périplo.
as ninfas me saúdam.
sou Ulisses.
Retorno!
desejo 'levantar velas" imediatamente!
( permaneço, ainda que impermanente).
reencontro tudo que me traduzia numa época passada - agora não diz nada quem sou no regresso a minha ìtaca. o menino o qual reencontrei estava triste, de semblante pálido e uma incerteza no olhar revestida de impáfia. ele parecia mais baixo. mas como, se tenho mais primaveras que ele? seus ombros estavam tensos e o quadril mais estreito. suamos muito numa tarde dessas. o sol pôde observar - falamo-nos com tato, como que auscultando a mais sutil inflexão de nossas vozes. ele nina o tempo, e eu também, ainda que em perspectivas distintas... levanto velas; as ninfas entoam um canto de lamento!
retorno ao périplo. navego sobre corais que têm forma humana.

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