quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

é 31 e não 13!

eu aqui olhando para meus pés... bem na raíz.
A luz plena do rito ( a lua está cheia). a passagem.e ela também já de pernas arregaçadas pro cósmos.
no final deste e na entrada do outro "agora"o menino vem vindo... serão três, agora. e aqui me encontro no portal do proximo.
antecipo meus "ais" e desejo luz para os que te amam e para os que tu amas!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Aula aberta de VOZ!!!

Aula aberta de voz, F13 na Mostra de Processos de dezembro de 2009.
Mestra: Lúcia Gayoto



































Fotos: Patrícia F12

domingo, 13 de dezembro de 2009

Redescobrir


Precisava, neste meu momento de dor e lembranças boas, saudade de casa, ansiedade, cansaço, corpo exausto, dor de estômago, conflito, desejo de férias, anemia e gastrite nervosa, PARTILHAR dessa letra com vocês, meus companheiros de trabalho e descobertas. Estou tentando...


REDESCOBRIR

INTERPRETAÇÃO: Elis Regina

Composição: Luiz Gonzaga Jr.

Como se fora
A brincadeira de roda
Memórias!
Jogo do trabalho
Na dança das mãos
Macias!
O suor dos corpos
Na canção da vida
Histórias!
O suor da vida
No calor de irmãos
Magia!

Como um animal
Que sabe da floresta
Memórias!
Redescobrir o sal
Que está na própria pele
Macia!
Redescobrir o doce
No lamber das línguas
Macias!
Redescobrir o gosto
E o sabor da festa
Magia!

Vai o bicho homem
Fruto da semente
Memórias!
Renascer da própria força
Própria luz e fé
Memorias!
Entender que tudo é nosso
Sempre esteve em nós
História!
Somos a semente
Ato, mente e voz
Magia!

Não tenha medo
Meu menino povo
Memórias!
Tudo principia
Na própria pessoa
Beleza!
Vai como a criança
Que não teme o tempo
Mistério!
Amor se fazer
É tão prazer
Que é como fosse dor
Magia!

Como se fora
Brincadeira de roda
Memórias!
Jogo do trabalho
Na dança das mãos
Macias!
O suor dos corpos
Na canção da vida
Histórias!
O suor da vida
No calor de irmãos
Magia! (3x)

Como se fora
Brincadeira de roda
Jogo do trabalho
Na dança das mãos
O suor dos corpos
Na canção da vida
O suor da vida
No calor de irmãos (2x)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

De hoje em diante eu não represento mais nenhum papel; até o sol ardentemente desejável vocifera sem vergonha

Então somos mesquinhos
nos aliementamos de mesquinharias
ninguém estava preparado
para morrer
assim
na casa de penhores do estado

Nunca tive uma pergunta
tão séria que não pudesse ser respondida
e levada a sério
a cabo e a rabo
de cima para baixo

Pense
pare de refletir e pense um pouco comigo no umbigo

Veja bem quais são as escolhas que nos afetam
antes que o domingo chegue

Veja
que os olhos do gato são charmosos afiados e triangulares

Pensa, pensa, pensa
Pensa F13, pensa

Enquanto pensa
há um lugar
em que o pensar
nada na imensidão do nada

um lugar escuro
sem rumo
cheio de vida

lugar do não pensar
lugar agir ato pulsante que é porque se não é não há ato que age o agora que agora é

não é pensar
nem pensar em agir

não é calar
nem falar em escutar

não é sentir
nem chorar
nem oprimir
nem consentir isso

também não é faltar quando quer, né, porra?
tá, nisso até me incluo pelo menos uma vez - mas juro de pé junto
e em cena, no meu altar, que foi e é uma crítica

Tô numa crítica crise do caralho
que não consigo nem medir as palavras os gestos os olhares
e olha que devia ser especialista nisso por ofício!

Mas não
a razão e sua total desmesura
dura
perdura
segura
aperta
não cura
satura

Razão osbcura obscurece a poesia de cada dia
a poesia imanente em cada palavra em cada olhar em cada gesto
a poesia do ar no ar noir
a poesia dos nos elementos

elemental meu caro Mario
é elementar meu caro Mario
elementos éfetrezeanos éfetrezenses
pisquem três vezes para o gato preto
para saírmos dessa encurralada
no sentido de que ralaram mesmo O NOSSO CU
e colocaram no macarrão do estado o farelo DO NOSSO CU

e agora? vamo embora?
acabou?
é isso?
não foi?
conseguiram?
um ano
não jogado no lixo
mas
sabe quando a lata de lixo tá meio cheia
e você tá bêbado e joga o lixo meio que sem olhar?
e sabe os que fazem isso mesmo sem estarem bêbados - isso de jogar o lixo sem olhar para a lata ou recipiente ou o que quer que seja? enfim,
É ISSO?

é isso que vamos fazer conosco????????????????

sim, isso é uma pergunta.
sim, eu quero uma resposta e várias respostas ou UMA RESPOSTA OU VÁRIAS PERGUNTAS

arte teatro
conhecimento tácito
enfiamos no cu
nossas reportagens chulas
e agora
meus senhores
senhoras e senhores
concidadãos
disciplina para nos encontrarmos?
tomara.

domingo, 29 de novembro de 2009

fragmentos de Fayga e Van gogh


“tão profundo é teu encanto que avassala a fonte que existe de sensibilidade. ela transborda em frios centrais no meio do peito. qualquer cor é o suficiente para ver-te vivo. tão dramático em tua pureza é o universo que faz-me habitar ao te venerar sem pudor, desenrolo-me em fios de paixão para ser trançado com a delicadeza que estica o amarelo. sou, talvez, o que de mais frio existe nos teus delineios pós van gogh” ( manuscrito do menino)

construo com minhas imagens turvas, nada se ver e tudo se olha
mesmo que não se veja nada.
esvaio-me feito tinta que desbota na chuva o rosto alegre de quem brincou, se sujou e tentou salvar-se no riso do menino que vai parir.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

...passou.

adentrei à noite emberbe de insônia e ouvindo polifonias: cala-te! cala-te! Fora Dioniso- Apolo contra mim, um sátiro lascivo. Tenho olheiras enormes e sou-todo-ouvidos. Cada vez mais o olhar generoso e a chuva cai sobre minha cuca permeável. Sentir o outro e a mim mesmo é estar dionisiacamente em Apolo.
:)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

manhã em crise ou é seu dia de nascimento







de súbito acordei. e o meu desejo era algo desconhecido...sinto cabelos roçando em mim. o suor na nuca e um mormaço, cedinho, escorre das frontes... vislumbro o teu dia como meu. desejo-te! vejo um sorriso baixinho e um desejo enorme de mudança pelo exterior conduzidos pelos interiores das gentes...baixinha ,ainda caminha ... caminha... por onde estarás? por onde? Estarás deitada com Iemanjá cansada da labuta? estará sorrindo, cedinho, com suas olheras mal dormidas?saibas que estou aqui.AQUI!
me gustas tu!
para Silvia Moura

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Curto de véu e grinalda


Pra conhecer minha face ocultaTenho que curtir de coroa e anel Véu e grinalda na luta santaNa santa luta virgem idadeTodos os olhos da cidade Senhoros, senhoras As luzes se apagando eu me acendoDanço, abraço, beijoMesmo a virgem 35 era de menorEstou nascendo para cada minutoE andando com eles por minuto Pra conhecer minha face oculta Tenho que curtir de coroa e anel Todos os olhos da cidadeSenhoros, senhorasAs luzes se apagando eu me acendoDanço, abraço, beijo Mesmo a virgem 35 era de menorEstou nascendo para cada minutoE andando com eles por minutoPra conhecer minha face ocultaTenho que curtir de coroa e anel

(novos baiano) by Luiz Renato for me

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

de dentro e de fora


hoje adquiri uma dor. mais uma dor!

dessa dor, o desejo de amar e de desejar. tudo novo, por favor, tudo novo!

que não passe o tempo, ou que passe de vez e eu acorde mais feliz. libertar-me-ei dos olhos famintos que querem comer meus desejos? dilacerem-me o sonho que tarda em mim. comam-me de amor, desejo. quero voce meu cavalheiro! quero voces todos, escancarados de porosidade. quero estar no hoje. no momento do segundo que respiro - nem um milésimo à frente e nem um outro atrás. há que ser centro!


:)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pegasus Atravessando as Torres

Não tem mais portas fechadas, negociatas. Se o bagulho é tenso tem que vir na hora, na lata.

Não problemas, esquemas, estratagemas, deixar pra depois, reunião... não. Tem que continuar a solução. A solução do que é hoje e lá, na casinha. É de lá que estamos falando sem dizer uma palavra. Sem dizer uma palavra, pois não sabemos o que é, e/ou se conseguiremos chegar lá. O desejo é ainda mais do que pra lá, ou ainda, um simples aqui. Para chegar nessa casinha caminhar na solução é a comunhão, solução que sagra o espaço e o tempo, que acontece na hora, não dá pra postergar, pra jogar fora. Execução é na hora, na lata.

A paixão que trai o corpo que a hospeda, trai nosso controle, estimula nosso vicio da prisão e o querer se libertar. Mas, não há conflito na liberdade?

Não há solução se não abrir as portas do coração para esse desejo que é mais que lá, é caminhar.

Enquanto existirmos num sistema de guerras e fraudes, de blefes e acovardamento, manteremos as questões pra depois e isso continuará a causar explosões, sejam físicas, ou etéreas, mas todas atômicas. Atinge-se um espaço promovendo flancos de onde sobem vociferando as bestas, e sobem desordenadas formas desestruturando o tempo espaço, lançado e induzindo idéias desordenadas que estão ali para abrir mais flancos para cada vez mais reger suas ordens, sem nenhum tipo de solução.

Chega, agora é cena.

Estamos empalpelados, empapelados, empastados dessa febril e burocrática fome de poder mesquinho que nos ensinaram, poder pelo poder, de uma sociedade sem lugar pra chegar. Vou me por no seu lugar, vou olhar para este lugar, para onde queremos enfim chegar, em um coro que se assanha, que se estranha, mas não mente e a cada dia entende que isso também se aprende. Olho no olho é bom, em comunhão, preparem os cavalos que agora é fogo!

Seja psico e associadas, físico e descendentes, em estado de cansaço a pele que nos protege fica frágil e ações de ímpeto são o que mais expõe essa desordem desenfreada que nunca se equilibra, gerando essa sociedade cheia de barões e servos.

É dessa casa que descendemos e dessa casa ascenderemos, com o que temos até aqui. Que a vontade de querer não seja tola, e o cálice, mais que nunca, deve ser preservado e protegido.

Cale-se ou fazei calar, ouse pelo querer caso, e apenas assim, saiba querer amar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

CONVOCAÇÃO PARA ATO PÚBLICO

A comunidade da ESCOLA LIVRE DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ, torna público o último fato que ameaça o projeto político pedagógico original da escola reconhecida e respeitada nacional e internacionamente, podendo inclusive comprometer definitivamente a continuidade da instituição que vem sendo construída ao longo de 19 anos.

Na Tarde desta terça-feira, dia 08/09/2009, foi comunicado a Edgar Castro o seu desligamento do quadro de Funcionários da ELT, pelo Diretor de Cultura Sr. Pedro Botaro. Fato este que só faz reafirmar a grave situação que ameaça a continuidade do projeto original, visto todos os atos anteriores, que nos vem sendo apresentados como tentativas de dissolver a força artística representada por este coletivo.


Assim sendo, convocamos todos para o ato que ocorrerá na próxima sexta-feira, dia 11/09/2009, com concentração que se iniciará às 14 horas na porta da referida escola, cujo qual tem como objetivo a formalização da entrega de uma carta ao Secretário de Cultura Sr. Edson Salvo Melo, em uma marcha que se estenderá até o Paço Municipal.


Escola Livre de Teatro
Praça Rui Barbosa, s/ nº
Bairro Santa Terezinha
Santo André - SP

http://www.movimentolivre-sa.blogspot.com/

terça-feira, 8 de setembro de 2009

13º Instalação

Fios de memórias
Agrupadas
Atrvés de um grupo de pessoas
Um grupo?

Praseres
Frustrações
Ultrapassamos o Metron

A falta
Não representada
Sim concreta, materializada

A espera a tensão
A instalação realizada
Interpretações diversas
Diversas sensações

Insconstância
Desejar
Continuar... Visões

O seu desejo
Pode até ser o meu
Mas a forma de concretizar-se
Em cada ser é distinta

Memórias, ações
Memórias, memórias
Ações, Percepções
Memória... Pratica
Retrospectiva

Agora Frescor...



Dora Odilia

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

para o fernando

saudade do Fernando
Calado sério com um olhar vivo e objetivo que as vezes faz uma careta assim (mostro ao vivo pra quem quiser)
Sorriso preciso (de precisão mesmo)dentro do necessário
incógnito belo complicado só de olhar distância sem ser física perto e longe tudo junto nele
cheiroso macio e um pouco engordurado
não imagino choro de fernando
ele ama alguém (ja vi ele de tititi gostoso com alguém no celular, ah...)
coringa do ultimo batman
fez coisas bizarras na sétima série
só precisa me abraçar mais e sonhar uma aurora comigo
poesia:
objetivo: olhar no coração do fernando
justificativa: dias sem ver e encostar os corações
metodologia: escrever um poema no blog e deixar público
produto final: um poema no blog e um abraço no corredor da ELT
fonte de pesquisa: minha carência
caio zanuto

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Risco é uma palavra. Erre anterior, o som do s e o fonema K. Melódica? Percussiva?

Risco é uma palavra.

Estar em risco é uma situação, que a gente pode dizer com palavras.

Estar em risco é uma situação que a gente pode assistir.

Estar em risco é uma situação que a gente pode experienciar, e que nunca vai ser igual, e que nunca vai ser previsível, se realmente estarmos por inteiro.

Perder.
Perder o controle da situação. Verdadeiramente. Se deixar penetrar pelo momento. Livremente.
Não fingir entrega, não fingir orgasmos, não fingir vitórias.

Assumir o erro, o próprio erro como uma vitória.
Não esquivar-se do erro como se ele não fosse seu. É tudo de todos? Completamente. Por opção ou omissão. Sim e não.



O próprio erro, o erro impróprio, o erro mesquinho, impróprio e feio.
Como uma vitória.
A vitória de ter ultrapassado a barreira do previsível, do seguro, do costumeiro, pra se arriscar no quarto escuro cheio de flores e espinhos que é o

RISCO.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Menina a felciidade
É cheia de pano, é cheio de peno, é cheia de é cheia de sino, é cheia de sono

Menina a felicidade
É cheia de ano, é cheia de eno, é cheia de hino, é cheia de onu

Menina a felicidade
É cheia de an, é cheia de en, é cheia de in, é cheia de on

Menina a felicidade
É cheia de a, é cheia de é, é cheia de i, é cheia de ó

TOM ZÉ.
(Pequena homenagem à aula de hoje.)

sábado, 22 de agosto de 2009

Descarte!

Galera, só um texto meu que gostaria de dividir com vocês!

Beijos Enormes.

*************

Ele negou quando ela estendeu a mão aberta, palma ante o sol, para mostrar a causa do silêncio que ela insistia em estabelecer durante todos aqueles anos.
Ela, cansada, gritou pra chorar, cantou pra subir e subiu contudo, calcanhares no peito oposto.
Ele, assustado, calou. Calou de súbito, um silêncio de pressa, tanto forte quanto o silêncio dela, mas não tão dolorido e tenso.
Ela, no alto daquele peito rasgado pela verdade, que ela demorou pra encontrar e explicitar, gargalhou. Sa-pa-te-ou.
Ele, imóvel, olhos fixos no carnaval que se fazia em cima de si, perdoou. Perdoou-a.
Ela, feliz, levantou os braços e parou. Cansou.
Ele, ainda no olho dela.
Ela, agora nos olhos dele.
Ela: eu esperei, sofrendo e calando devagar, dia após dia, pra abrir agora minhas mãos diante de ti, e dizer-te “Essas cartas... Eu achei.”
Ele: eu ainda esperava, sofrendo de calar, de não dizer, acumulando pra juntar o quanto eu penso de ti ainda ter, e dizer-te “Essas cartas... todas elas... Toma. São pra ti. Você me faz escrever”.
Eles, nunca mais se descartaram.

Fábio Luca.

domingo, 16 de agosto de 2009

a volta

Depois de exatos 1 mes de nossa apresentação, estamos de volta.
Saudade? Não sei se pra mim é a melhor palavra pra expressar a grande expectativa que tenho para reencontrar todos, redescobrir todos e iniciarmos mais uma gestação de muitos risos, dores, âncias e anseios para este semestre.
Amanha, voltarei a fazer aqueles 20 minutos de caminhada rumo á ninhada.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

instalação Dora

Dora destroi horizontes de concreto
Afaga o amigo no poema
tem a bunda grande e gostosa
tem pinta no pé (que eu amo e ja beijei)
Tem a doçura que me acalma e faz pensar
que tenho a chaga aberta e preciso de Doras na vida

poema do Piva

"para o Carlinhos


vou moer teu cérebro. vou retalhar tuas
coxas imberbes e brancas.
vou dilapidar a riqueza de tua
adolescência. vou queimar teus
olhos com ferro em brasa.
vou incinerar teu coração de carne &
de tuas cinzas vou fabricar a
substância enlouquecida das
cartas de amor.
(música de Bach ao fundo) "

in 20 poemas com brócoli (1981)
Roberto Piva

domingo, 5 de julho de 2009

RELAÇÃO II


O coletivo entende o indivíduo com o individualismo
O coletivo esquece que é formado por indivíduos
Somos indivíduos que constróem um coletivo para não ser só
Para não padecer da solidão
O Outro é um desejo
Desejamos estar, pertencer e romper ao Outro
Nos conectamos, estabelecemos vínculos
E vivemos a cada instante a metamorfose das relações
O Ser Humano se transforma como as estações
Hoje eu te amo, e lhe peço o coração, te ofereço o meu coração
Amanhã não te suporto, e quero ferir o seu coração com o punhal da crueldade
“ O inferno são os Outros ”, e os Outros quem são?
Sou eu, você e nós
Reconhecemos que o Outro é o problema
Mas não conseguimos reconhecer o problema que somos para o Outro e com o Outro
A palavra “ Julgamento” tem me ferido
Julgamos e toleramos o mundo, porque queremos nos convencer que somos a solução
Quero manifestar a necessidade de construir um mundo menos fascista
Não precisamos nos violentar tanto e o tempo todo
Não precisamos também alimentar falsas paixões e um coleguismo hipócrita
Dioniso é encantador, fascinante e belo
Mas é dúbio, também deseja destruir e instaura o horror
No teatro e na vida, somos Ying e Yang
Somos Seres Humanos e os nossos eus não são estagnados
Se movimentam, se transformam
A crise vem como uma ventania
Por onde passa, troveja, relampeja, traz o caos
Mas quando o último grão de areia cessa
Descobrimos que ainda é possível construir, plantar
A crise tem de ser vivida com a mesma intensidade que a alegria
E como a alegria, também celebramos sua passagem e morte
A nossa potência está no que somos
No que verdadeiramente somos
Não somos as nossas palavras, mas somos sobre o que elas dizem
Somos o que está dentro dos nossos peitos
Somos o que existe entre eu, você e nós
A Relação que é tão difícil e delicada
É o que somos
E se vemos com tanta complicação nossas relações
É porque somos Seres Humanos complicados por natureza
E assim existimos e por isto criamos
Na França chamam o Abraço de “ Pequena Morte”
Quando eu te abraço, nossos corações se encontram e até batem juntos
Quando nos separamos, nossos corações ainda batem, mas separados
Vivemos a morte de nós dois
Quando for insuportável estar com você e estar comigo
Então podemos experimentar nos perder
Porque quando nos perdemos é que descobrimos a necessidade de estar juntos
A necessidade de construir a cada instante uma RELAÇÃO.

RAFAEL GUERCHE

sábado, 4 de julho de 2009

F13 na Mostra de Processos da ELT

Caros leitores,

A F13 participará da Mostra de Processos da Escola Livre de Teatro apresentando dois exercícios:

-No dia 14/07 as 20h: Corpo - Demonstração de trabalho tendo o foco principal na pesquisa da neutralidade e um foco secundário que é a pesquisa do coro. Coordenação: Thiago Antunes.

-No dia 16/07 as 19h30 e as 21h: Interpretação - Exercício cênico tendo como eixo estrutural a pesquisa do Ator-Narrador. A partir da obra ficcional "Crônica de uma Morte Anunciada", de Gabriel García Márquez, e de práticas elaboradas a partir de alguns capítulos de "Estudos sobre o Teatro", de Bertolt Brecht. Coordenação: Luís Mármora.

Para ver a programação completa da Mostra de Processos da Escola Livre de Teatro:

http://escolalivredeteatro.blogspot.com/2009/06/mostra-de-processos-eltprimeiro.html

Cronaca di una Morte Annunciata

Poster do filme "Cronaca di una Morte Annunciata", de Francesco Rosi.
Baseado no livro "Crónica de una Muerte Anunciada", de Gabriel García Márquez.
Livro este, que é um riquíssimo material de estudo da formação 13 na pesquisa do Ator-Narrador orientada pelo mestre Luís Mármora.

Thiago França

A Saga Cabrinesca

Uma lição de vida...

"Um sonho caleidoscópico me fazia acreditar que estava sob efeito de alguma substância muito forte. Livrei-me de tal sensação num movimento súbito para despertar, mas a sensação física persistiu em retardar-me alguns movimentos.[...] Deixei que a gravidade me sentasse à mesa e lá, com sofreguidão, comi. [...] Constrastante à harmonia psicodélica que dominava minha mente, erguia-se a voz de meu pai, que me despertava de mais um trajeto pelo inconsciente onírico. [...] Tomou-me envolvendo-me de modo que me lembrava a forma que, comigo, brincava na infância. E carregou-me ao hospital. [...] Já havia até me esquecido de quão gelada e branca era a sala do Doutor Alves e de quão gelada e branca era a forma como tratava seus pacientes. Colocaram-me de pé. [...] Num primeiro momento, pareceu hesitante em falar algo, mas, em seguida, confirmou com palavras descuidosas que eu fora acometido por um acidente vascular cerebral. Minha ignorância quanto as palavras técnicas proferidas pelo doutor permitiu, então, distanciar-me aos poucos da sala branca - consequentemente, o frio passava - e também, aos poucos, voltavam-me as confortantes imagens que outrora me causavam espanto: um caleidoscópio psicodélico de uma mente que transbordava."

Thiago França

Quem, do mar... (Ponto de SanBayardo)

Ah... Quem, do mar, chegou...

Que surge trazido nas lágrimas finas de quem já chorou?

Ah... Quem, do mar, chegou...

Que nasce lançado, de peito rasgado, em penhor do amor?

Ah... Quem, do mar, chegou...

Que ensina o pecado, na pele marcado, exaltando o ardor?

Ah... Quem, do mar, chegou...

Que sopra ao ouvido, incita a libido, aspira na dor?

Ah... Quem, do mar, chegou...

Que, diluído no álcool, sangrou?

Que, no fogo, para ele, voltou?

[...]


(letra e melodia: Thiago França; realização e criação musical: Leandro Goulart e Hugo Branquinho)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Agua de Rosas

Água de Rosas

Tu és
Ramo de Alecrim
Mãe do desejo
Que o rio cantou

Tu és
A Prostituta da cidade
A mulher que eu mais desejo
E que me dá de beber

Água de rosas, me dá de beber.
E que essa tristeza, acabe de uma vez.

Obs: O Ahh, ahhh é igual! (hahahahahah) Piada a la Thiago França.


Em Espanhol:

Água de Rosas

Eres
Vara de Romero
Madre del deseo
Que el río cantó

Eres
Suripanta del pueblo
La mujer que más quiero
Que me da de beber...

Agua de rosas
Dame de beber ahhh ahhh
Que esta tristeza
Acabe de una vez ahhh ahhh

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Blasé

Fabio Luca compartilha esse estudo.

1.blasé

adjetivo
1. que exprime completa indiferença pela novidade, pelo que deve comover, chocar etc.Ex.: [ar b.] [atitude b.]

adjetivo e substantivo masculino
2. que ou aquele que está embotado pelo excesso de estímulos (sensoriais, afetivos, intelectuais etc.) ou de prazeres, e que se tornou insensível ou indiferente a eles

3. que ou aquele que tem ou demonstra apatia ou desinteresse em relação a tudo, por sentir ou crer ter esgotado todas as possibilidades de experiências ou sensações
4. Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que se mostra entediado (sinceramente ou por afetação) com relação a coisas pelas quais a maioria das pessoas demonstra interesse

Etimologia
fr. blasé (1837) "indiferente, apático, que não demonstra emoção", part.pas. de blaser (sXVII-XVIII) "embotar o sentido do gosto, por excesso de comida e bebida, tornar-se indiferente ou insensível"

Gramática
fem.: blasée; pl.: blasés/blasées (fr.)

relação

não estou me relacionando bem com as pessoas, isso me incomoda, mas não consigo mudar minha atitude em relação a elas, porque sou absolutamente preconceituoso e malvado quanto à natureza humana

relação
(latim relatio, -onis)
s. f.
1. Nota, rol, lista.
2. Narração de factos que se sucedem uns aos outros.
3. Analogia entre factos ou discursos. = conexão
4. Dependência, ligação.
5. Ligação afectiva!afetiva ou sexual entre duas pessoas.
6. Aritm. Comparação entre duas quantidades desiguais.
7. Tribunal de segunda instância, onde sobem por agravo ou apelação as causas julgadas ou pendentes nos tribunais de primeira instância.
8. Mús. Intervalo entre dois sons.

relações
s. f. pl.
9. Conhecimento, amizade, trato.
10. Pessoa com quem se tem conhecimento, amizade, trato.
11. Envolvimento sexual.
Vida de relação: funções que põem o ser vivo em comunicação com o mundo exterior.

domingo, 28 de junho de 2009

Um caminho

Pelos panos que correm para o mar
Pelas paravras que nos conduzem ate o cais
Nos dias de chuva,
Das poças de sangue
Um caminho, não importa qual seja
Que possamos olhar para ele acreditando que podemos chegar
Não importa onde seja, mas que seja em algum lugar

sábado, 13 de junho de 2009

Retribuição

retribuição (u-i)
s. f.
1. Salário.
2. Recompensa pecuniária por um serviço.
3. Prémio, galardão, agradecimento.


retribuir (í)
v. tr.
1. Recompensar; pagar; gratificar.
2. Mostrar-se agradecido por.
3. Corresponder com.


corresponder (ê)
v. intr.
1. Estar em correspondência; ter proporção; estabelecer simetria.
2. Ser igual, equivaler, retribuir condignamente.
v. pron.
3. Estar em correspondência um com o outro.
4. Cartear-se.

Há apenas três meses cerca de quarenta e oito pessoas mobilizaram-se pensando em cada um de nós 26, 25. Cobriram nossos olhos para nos desvendar, desvendarmo-nos; cobriram nossa fronte para nos desmascarar, desmascararmo-nos. Chega o momento da re-significação, dita retribuição.

tributo | s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de tributar

tributo
s. m.
1. O que um Estado paga a outro em sinal de dependência.
2. Imposto; contribuição.
3. Fig. O que se presta ou se rende por dever.
4. Homenagem.
5. O que se é obrigado a sofrer.


tributar
v. tr.
1. Impor tributo a.
2. Prestar, dedicar a alguém como tributo.
v. pron.
3. Tornar-se tributário; contribuir.

atribuição (u-i)
s. f.
1. Acto!Ato de atribuir.
2. Encargo.
3. Faculdade (conhecida por meio de investidura ou concessão).
4. Prerrogativa; privilégio.

atribuições
s. f. pl.
5. Esfera de acção!ação.


atribuir (í)
v. tr.
1. Conceder atribuição a.
2. Imputar.
3. Referir; conferir.
v. pron.
4. Arrogar-se.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Autópsia


Merda

Bosta

Cu

Rôla

(Buceta: Xoxota)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Atuar

Ser a palavra.
Ser o desejo.
Ser a paisagem.

Ser tudo, sendo nada.

Corpo, copo, passagem.

Stella
... e foram eles, travestidos de desejo. o suor bruto exalava-se num peso sutil e molhado.
a noite cai e sou novamente surpreendido com os fatos. vi-me numa peça que desmorona com o advento de algo anterior a mim- um dominó. o outro. aquele que me corrói os sentidos... o vil cavalheiro de sorriso impuro e olhos pueris. O algoz de minh'alma.
Junto de nós, chegam eles num cumprimento tão hesitante quanto desejoso. ou será ter sido impressão? e dizem...
boa noite! ( como quem desejava dizer... até ( ...) )

:)


elmo

Instalação Fabio Lucca

Parto

Um Parto
Um ato Continuo
A cada passo
A cada caminho
A cada escolha
Eu nasço

A cada momento
Nasce um novo eu
Que assim vê um novo outro

O sangue
A dor
O medo
Para a Vida
Hoje nascemos
E somos irmãos

Dora Odilia

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Instalação Caio

Um Renascer

Um Presente
Um Amigo
Nos Coroa

Imagens
Arroz
Poesias

Abençoa
Com Grande Amor

Recomeçar
Renascer
Você pode morrer a qualquer momento
Como uma fénix

Nas Alturas me levas
Nas alturas estou
Por estes e com estes que me levantam
Por estes e com este que me coroou

dora Odilia

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Madrugada com Bayardo

Estamos adentrando a madrugada com Bayardo San Román.

Miuau...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

barreiras! entre guerras, as lagrimas

Corra! São elas...
As maquinas estão vindo,
elas vem nos pegar, vão nos amassar feito papel velho
engula esse choro, não temos tempo para isso
sejamos fortes como nunca fomos para nossa mães
fiquemos parados com nossas mãos desatadas
Seremos serenos para que nos percebam.

É pela dor que sangro,mas é por amor que o entrego a ti
Não é por que sou puta, que não tenho direito a amar
Não é por ser o primeiro que te dou o meu primeiro amor
Se queres cortiço,estas convidado, te dou o meu barraco
sera sempre nosso convidado.

Cai na minha sentimentalidade
fiz um voto de silencio contra meus ideais
Não me contive, quebrei-o
abri meu sorriso para outros sorrisos
não seja timido,
agora todos somos parte do infinito.


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Mariana França.

terça-feira, 24 de março de 2009

Para esta semana (23 a 27/03)

Os compromissos para a semana!!!!


Para terça:
- Quem quiser participar do treinamento físico, chegar as 5 para as 18h, para a apresentação da dança Odissi pelo Thiago.
- As 18h30, primeira aula com o mesmo.

Para quarta:
- Ler o texto "Mitos, Sonhos e Religião", da xerox de Joseph Campbel.

Para quinta:
- Pesquisar: o que é corifeu?
- Levar uma notícia de jornal que possibilite vários pontos de vista diferentes
- A partir da frase "O Ator não incorpora, ele manifesta", de Amir Addad - trazer discussões/ reflexões
- Abrir o olhar no seu cotidiano, observar as "cenas de rua"



Confiram e acrescentem o que for necessário.
Beijos a todos

sexta-feira, 20 de março de 2009

Livros

Caríssimos, abaixo uma lista de livros que a Ana e o Luis indicaram. Bonus final: livros que o ALexandre Matte indicou.

Luis – Interpretação

Estudos Sobre Teatro – Brecht
Crônica de uma morte anunciada – Gabriel Garcia Marquez (não ler ainda)
O Narrador – Walter Benjamin

Literatura Latino-Americana:
Julio Cortázar
Lygia Fagundes Telles


Ana Roxo – Teoria

Aristóteles - A Arte Poética
Anatol Rosenfeld - Teatro Épico
Para trás e para frente - David Mark Ball
Teatro do Oprimido - Augusto Boal
Joseph Campbel – Mitos, sonhos e religião – ler cap. Temas mitológicos na arte...
Introdução Às Grandes Teorias do Teatro/ A Linguagem da Encenação Teatral – Jean-Jacques Roubine


Alexandre Matte

Zé - Marques, Fernando
Retrato de um Artista Quando Jovem - Joyce, James
O Mundo Como Vontade e Representação – Schopenhauer, Arthur
O Mito de Sisifo – Camus, Albert
Vigiar e Punir – Foucault
Sobre o Teatro de Marionetes – Heinrich von Kleist
O Grostesco – Kayser, Wolfgang
Tempestade e Ímpeto – Klinger
Do Grotesco e do Sublime – Victor-Hugo
O Teatro e Seu Duplo – Artaud, Antonin
Filosofia da Linguagem – Mikhail Bakhtin
O Contexto de François Rebelais
Strindberg

Pintura:
Bosch, Bruegel, James Ensor, Eduard Münch.

quinta-feira, 19 de março de 2009

escutatória

EscutatóriaPor Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir.Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.Diz o Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: "Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas". Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não "evangélico"), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião. Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em U definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: Meus irmãos, vamos cantar o hino... Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar.A música acontece no silêncio.É preciso que todos os ruídos cessem.No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa.No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Aula 16/03 - Lúcia - Voz

Se eu posso dizer que a vida é feita de delícias, hoje experimentei mais uma!
Nunca havia chorado de olhos fechados.

Silêncio. Respiração em 5 tempos.

Todos deitados, um a um se levanta e conta uma his(es)tória-presente à F13.
Todos ouvem, escutam, abrem seus labirintos e emoções para o outro.

Verdades, sentimentos e sensações são colocados à prova. Devaneio, sonho e realidade se confundem - de quem é a história? Minha? Sua? Nossa?

Lágrimas, soluços, gargalhadas e até sorrisos de canto são percebidos. Estamos a flor da pele. Qualquer movimento provoca um ruído.

É bom conhecer o outro, como se expressa, que palavras escolhe, qual o seu vocabulário e se Re-conhecer no outro (será como as tragédias gregas que tratam dos sentimentos humanos e por isso são eternas?)

Registro durante o processo.

Gravação. Um a um. Problemas técnicos. Longo silêncio com murmúrios de pessoas ao longe. (Des)gravações.

Círculo. Forma homogênea.

3 palavras:
- uma para a F13
- uma para o teatro
- uma para a nossa aula

Conversas recheadas de pensamentos a respeito do vivido e desabafos.
Chegamos a conclusão (como sempre diz Alexandre Mate) que somos seres históricos e carregamos o nosso tempo e nossas vivências. Nos vimos generosos em receber e doar histórias, houve uma valorização ao lugar de origem, falamos da morte, de tristezas, de alegrias, do presente do presente, da dor, do amor, da evidência do trágico e da cumplicidade!

Lúcia deu seu retorno, um filme: "Entre Muros da Escola".

"O silêncio é preciso. Não se fala se não se escuta. O silêncio é meditativo."

quinta-feira, 12 de março de 2009

Para quem é mitico ai vai a simbologia do 13.

O número 13 está associado à lâmina do Tarot - A Morte - e é considerada uma das cartas mais intrigantes. O número 13 é negativo e fatalista para alguns; para outros, é um número de sorte. Sugere transformação, renovação e transmutação. Esta carta não significa necessariamente uma mudança negativa. Pode estar ligada a factos agradáveis: casamento, nascimento, mudança para outro país. Mas é quase sempre o fim de uma antiga forma de vida. Assim, podemos dizer que a morte é ao mesmo tempo mudança (para obter) e estabilidade. Este é um paradoxo.Na última Ceia de Cristo eram 13 convivas e entre eles Jesus que morreu na sexta-feira. Foram 12 os apóstolos e Cristo representou o 13º com a iluminação, o sacrifício e a nova consciência divina no seio da humanidade.O 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este símbolo de próspera sorte. Assim, na Índia o 13 é um número religioso muito apreciado; os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, os dísticos místicos dos templos são por vezes encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo; adoravam, por exemplo, 13 cabras sagradas. Na civilização cristã, por exemplo, nos Estados Unidos, o número 13 goza de estima, pois 13 eram os Estados que inicialmente constituíam a Federação Norte-Americana. Além disso, o lema latino da Federação, "E pluribus unum" (de muitos se faz um só), consta de 13 letras; a águia norte-americana está revestida de 13 penas em cada asa. Para os tatuadores o número 13 é o número especial. E muitos o tatuam. A 13ª tatuagem pode ser a própria homenagem Em tempos, existia uma deusa do amor e da beleza chamada Friga (que deu origem a friadagr, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga numa bruxa exilada no alto de uma montanha. Para vingar-se, ela passou a reunir-se todas as sextas com outras onze bruxas e mais o demónio - totalizando treze - para rogar pragas sobre os humanos.
Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.No valha, a morada dos deuses, houve um banquete para o qual foram convidados doze divindades. Loki, o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e desencadeou uma luta na qual morreu o favorito dos deuses. Este episódio serviu para consolidar o relato bíblico da última ceia, onde havia treze à mesa, às vésperas da morte de Cristo. Segundo os ocultistas, o 13 é um número sagrado, indicando o renascimento e a transmutação dos poderes mentais. O número 13 também é preservado nas medidas da Grande Pirâmide. Em termos astrológicos, o 13 é regido pelo signo de Escorpião, que governa os órgãos de reprodução, o nascimento, a morte e a transmutação. Não há medidas de meio-termo neste número. Existe nele um enorme potencial de realização de objetivos e, por outro lado, um potencial igualmente grande para a destruição total. Sob a regência do 13 é tudo ou nada.Na numerologia, o 13 sempre envolve mudanças constantes. Tão logo uma situação aparentar estar resolvida e calma, um novo conjunto de circunstâncias surgirá para substituir o antigo. Isto é positivo, pois faz com que reconheçamos quais são os laços realmente verdadeiros e duradouros que mantemos ao longo da vida. O 13 é a lição do desapego. Em termos práticos, na numerologia, o 13 é utilizado no sentido de transformação, ou seja, mudar aquilo que está estagnado e que precisa de uma solução proveitosa, reciclando as energias paradas há tempos.A palavra de ordem do 13 é "rei morto, rei posto", portanto ele pede que você não fique olhando para o passado, nem se lamente por ele. Não tenha medo de ser feliz. Aproveite a onda de mudança que ele proporciona em seu benefício, rumo a uma nova terra fértil e a um novo estilo de vida, melhor e mais feliz para todos nós.
Carregados de misticismo e pela força deste número, a turma 13 composta por 26 integrantes, (13+13), nesta sexta – feira 13, de lua cheia segue rumo ao excitante desconhecido.

Nana Moraes

quarta-feira, 11 de março de 2009

Avisos, Teorias, Café e Bigodes Felinos!

a f12 pediu ao Fábio (lucas) que nos avisa-se que os lugares das cartas não estão sendo cumprimento e ter que ser cumprido!





fecho meu escolástico discurso com a minah teoria sobre....





é o seguinte, a f12 fala da festa e daquilo outro e tudo mais, prometendo aventuras e mais aventuras..... mas tenho pra mim que, a f12 esse ano tem que ''caçar'' a f13! e quem caça gato é cão!

e lembrando cão que ladra, num morde!





(pausa para o café)



bjos e miados nos bigodes!



evoé!!!

Trote da F12

Galera ai vai a frase do dia 10/03:
"Nas cartas escondidas ha alguma coisa que queremos mostrar e você tem alguma coisa escondida em você para nos revelar? Traga!"

Vamos postar todas ela aqui galera...

Bjs e EVOÉ...

domingo, 8 de março de 2009

Saudações!

Saudações terraqueos!

Bem vindos ao Blog da Formação 13 da Escola Livre de Teatro!

deixe seu recado após o bip...



...píííííííí!!!!!