fico à deriva no mar, numa grande rede que faço de vela. o vento bate e passa...
a água passa...
não é rio.
estou paciente. após trinta e três primaveras à deriva, Encontro, em mim, uma aura parcimoniosa.
lembro de Sá-Carneiro para expor o meu tempo do "aqui agora":
"as horas não podem mais ter a ação sobre aqueles que viveram um instante que focou toda a sua vida."
enquanto levanto rede-velas nesse mar hi-tech, penso e escrevo: debruço-me sobre ti.navego dedilhando palavras sobre o teu corpo até cançar... adormeço e sonho. sonhei que o "menino" dizia-me que sonhara comigo travestido de macho-fêmea - personificado de alguma deidade a qual não lembro. e qeu alguem no sonho comemorava seu natalício no dois de fevereiro.
acordei do sonho com uma cantoria de jangada à iemanjá, ou seria para a Senhora dos navegantes?
oh, como era linda a cantiga dos pescadores de Jeri, que coa-coa-ram no mar!
me peguei cantando também.
justo eu, um iconoclasta inveterado que vive "entre o choro e o riso".
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